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Conheça as apostas de especialistas para o mercado de trabalho nas próximas décadas e saiba quais habilidades serão essenciais.
Designer de games? Especialista em Internet das Coisas? Analista de Inteligência Artificial? É bem provável que, ao tentar imaginar quais serão as profissões do futuro, você pense primeiro em carreiras das áreas que, hoje, estão na vanguarda da tecnologia e dos negócios digitais.
Faz sentido, já que os recursos tecnológicos estão mesmo se desenvolvendo e se transformando de maneira cada vez mais rápida. Contudo, justamente devido à velocidade e ao alcance dessas transformações, precisamos ser mais flexíveis e pensar “fora da caixa” se quisermos ter uma ideia mais precisa de como será o futuro do mercado de trabalho.
Com a crescente convergência entre os mundos online e offline e com as rápidas mudanças nas dinâmicas de trabalho – em todos os sentidos, do jurídico ao emocional –, certamente veremos mudar não apenas as tarefas e os nomes das funções, mas toda a forma como encaramos nossas trajetórias profissionais.
Com base em pesquisas e opiniões de quem estuda o assunto, aqui vai uma primeira aposta praticamente unânime: independentemente da área de atuação, o sucesso profissional dependerá cada vez mais da nossa capacidade de autogestão, inovação e adaptação.
A seguir, saiba mais sobre as profissões (e habilidades) do futuro e o que dizem estudos recentes sobre o tema.
Dez grandes áreas primordiais
Com o avanço da tecnologia, o mundo profissional será pautado por situações dinâmicas e mudanças contínuas, aponta um estudo do Escritório de Carreiras da Universidade de São Paulo (ECar-USP). Nesse novo universo, as experiências e habilidades de cada profissional serão mais importantes do que sua formação inicial – teremos, assim, carreiras “sem fronteiras”.
De acordo com a análise do ECar, os profissionais do futuro precisarão ser flexíveis e estar dispostos a transitar entre dez grandes áreas de atuação:
1. Saúde – cuidado, prevenção, proteção, diagnóstico e reabilitação.
2. Transformação digital – Big Data, Internet das Coisas, Nuvem, programas e linguagens.
3. Segurança – segurança pública, proteção privada e segurança da informação.
4. Inovação – criação de novos produtos e serviços, gestão desse processo e mudança de modelos mentais.
5. Educação – desenvolvimento, treinamento, políticas públicas e inovações em materiais didáticos e plataformas digitais.
6. Entretenimento – alternativas de lazer e satisfação pessoal, digitais ou não.
7. Infraestrutura – mobilidade, abastecimento e recursos para o bem-estar social.
8. Setor socioambiental – busca de soluções mais sustentáveis.
9. Energia – para responder aos novos desafios ambientais e econômicos.
10. Ética – princípios que regulam e orientam o comportamento social nesse novo contexto.
“Nesse cenário, saber transitar entre diferentes setores e desenvolver habilidades que, a princípio, não tinham relação com seu ofício, serão competências indispensáveis ao trabalhador”, explicou Tania Casado, coordenadora do ECar, em entrevista ao Jornal da USP.
De acordo com a professora, enquanto máquinas e algoritmos lidarão com tarefas repetitivas, caberá a nós o trabalho de cuidar – de pessoas, negócios, recursos e ideias.
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Profissões que veremos nascer
Alguns outros estudos, apesar de chegarem a conclusões semelhantes, fazem apostas mais específicas. O Mapa do Ensino Superior no Brasil, por exemplo, apontou em 2018 algumas carreiras que devem surgir ou ganhar mais espaço nos próximos anos. Aqui estão algumas delas:
- Agricultor digital
- Agricultor urbano
- Gestor de inovações em Inteligência Artificial
- Gestor de resíduos
- Desenvolvedor de material educacional online
- Especialista em impressão 3D
- Engenheiro climático
- Técnico de manutenção de robôs
Habilidades essenciais para o futuro
Apesar do nosso esforço para imaginar novas atividades e funções, o futuro provavelmente trará também algumas surpresas. Um estudo encomendado pela Dell Technologies ao IFTF (Institute For The Future) estima que 85% dos funções que existirão no ano de 2030 ainda não foram criadas.
Segundo a análise, a “parceria homem-máquina” será o principal vetor de mudança nas próximas décadas. Como as atividades repetitivas e previsíveis serão cada vez mais automatizadas, nosso sucesso profissional dependerá de 5 habilidades humanas essenciais:
1. Impulso criativo
2. Raciocínio lógico
3. Inteligência emocional
4. Capacidade de julgamento
5. Conhecimento tecnológico
Nesse cenário, mais importante do que dominar uma ou outra atividade, será a capacidade de aprender e desenvolver novas habilidades de forma constante e autônoma. “Empreender”, portanto, será mais do que necessário – e bem além do conceito de criar ou abrir uma empresa: precisaremos ter a iniciativa de criar e gerenciar nossos próprios caminhos profissionais.
E, olhando para as mudanças que já estão ocorrendo no mercado de trabalho, podemos afirmar com segurança: esse futuro já começou.
E você? Tem alguma aposta de quais serão as “profissões do futuro”? Deixe seu comentário abaixo.
Por Flávia Siqueira
Vabo é especialista em People Skills, OPM pela Harvard Business School e mestre pelo COPPEAD/UFRJ, com extensão na EM Lyon Business School. Vendeu sua primeira startup antes dos 30 anos para o grupo B2W Digital e foi diretor da Stone Pagamentos. É CEO do Além da Facul, professor da Link School of Business e Empreendedor Endeavor.